18/10/2011

Rugby Party - parte 2 (A FESTA)

Eu e a Betine chegamos, acompanhados da sempre elétrica e famosa Liége, sem sobrenome, a Liége é a Liége e quem não conhece não sabe o que está perdendo, e nossa nova amiga Li, que é só Li mesmo. Subindo a serra, aquela estrada lotada de pardais e um pedágio que cobra bem mas não cobre os buracos na subida de São Vendelino. Se não é ele que arruma, azar. Os buracos estão lá. Sempre. E fomos felizes escutando Bowies, Stones, Neil Youngs e outros.

Chegando em Bento despachamos as garotas e aproveitamos pra passar o tempo comendo um sanduíche Cult e uma parmeggiana do Ferrovia, o melhor bar de Bento e do Rio Grande do Sul, assim como o Farrapos no rugby. O Kike, agitador e amigo, que também será chamado assim, tinha combinado de chegarmos mais cedo pra largar o meu livro Ovo Escocês no local da festa. Criamos um evento barbudo, por conta da identificação dos jogadores de rugby principalmente com Sebastién Chabal, jogador francês, este ser querido do vídeo abaixo que derrubou neozelandeses como se fossem pinos de boliche infantil na Copa de 2007:
Pois bem, não tinha nenhuma regra pra distribuir o livro. O rugby é um esporte em que o percentual de barbudos e jogadores com visual, digamos pra usar uma palavra da moda, vintage, é bem maior que em outros esportes, merecia uma manifestação barbuda na festa. Decidi que todo mundo que fosse barbudo com uma cerveja na mão, fosse jogador de rugby ou eu fosse com a cara, isso depende do nível de álcool no sangue no momento, merecia ler um Ovo Escocês, um livro estilo bukowskiano, pra usar uma referência que qualquer um saiba se localizar, e rude como o rugby, mas belo como este também pode ser. Meus livros são todos sobre amor, mesmo que eu não fale de amor quase nunca. E não falo.

A cerveja foi pegando e, além dos shows, claro, do povo da Nacional Kid, Cartolas, o show destruidor da Bidê ou Balde, com Carlinhos em seus melhores dias de crooner-vocalista e agitador de massas, e Blackbirds, fui também trocando uma idéia com o pessoal do Farrapos. Confesso que só passei de lado pelo palco pagode-sertanejo, que estava tão ou mais animado que o palco pop-rock, pra me dirigir, sob a chuva fria, aos banheiros masculinos que ficavam deste lado da festa. Na real a chuva não impediu a animação da noite, afinal, porra, rugby é assim mesmo. Não tem pra chuva e se tiver que ser no barro, lama é o uniforme.

O presidente do clube, Tito, que me deu uma dica de vídeo (juro que tentei lembrar da música, tchê) sobre gostar de rugby e tal, mas como encontrei o video abaixo que além de ter muitas jogadas sensacionais tem trilha do Rage Against The Machine e nessas horas meu sangue ferve por barulho e vontade de poguear, vai esse mesmo. Mas olha só, é baita música pra tocar antes de começar as partidas. O povo vai começar atropelando.
Depois conversei um bom tempo com o Márcio, o Contepomi do Farrapos, sobre rugby e de como o pessoal se dedica nos treinamentos. Ele me contou viajar quatro vezes por semana de Farroupilha até Bento para treinar com o time e sei que o pessoal treina forte mesmo. Mais que muito time profissional de outros esportes por aí. E tudo só no amor, porque rugby profissional no Brasil é uma realidade muito distante ainda. Claro que tem o comecial da Topper que brinca com isso, mas, acreditem, quando mais pessoas conhecerem, é um esporte e um mercado enorme e virgem a serem explorados no Brasil. Boto fé!

O dia foi chegando,o barbudo da Harley me contando de sua noite desaventurosa, o Eva distribuindo seu conhecimento sobre o maior irlandês de todos os tempos, o guitarrista e bebum Rory Gallagher, o chinesinho perseguindo a Sheila, o Calinhos procurando a Liége e os All-Blacks vencendo a Austrália. Do que lembro do jogo é que estava bem disputado mas a Nova Zelândia dominava a bola e o campo, mesmo que tenha feito só um try, e que try! Terminou o primeiro tempo 14 a 6 e comentei no intervalo: Tá morta a cobra. Chegamos no motel e fomos dormir felizes e desencanados às 9 da manhã do horário de verão. Rugby é vida! Ceva também. Mas amigos estão acima de tudo isso.

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande Marcelo! Amizade não tem preço. A festa estava massa. Não consegui dar a atenção necessário procês, mas por pouco quase consegui. O jogo televisionado nem sei se passou. Ceva quando? Mulligan é o point do rugby. Mas confesso estar enjoado do tema pelas próximas semanas. Só quero saber o campeão. Não te atendi domingo pqe estávamos em reunião. Em suma: amizade não tem preço. E quando aparece preço não tem amigo.