22/05/2012

NÃO TEM MAIS NINGUÉM BOBO NO RUGBY

Dias tentando reativar o blogue e não me sobra tempo nunca. E quando sdobra tempo o Lorenzo me rouba a atenção. Mas agora, pra dizer a verdade, não tem nadea a ver com Rugby, ou tem, mas baixei o show do Black Sabbath do dia 19 de maio em Birmingham, cidade do Aston Villa e onde, obviamente, se joga Rugby, tanto Union quanto o League.

Pois bem, nesses tempos de Heinekens Cups, Premierships e quetais, o Gauchão de Rugby chega nas semifinais. O Rugby brasileiro não tem um calendário intenso como o europeu ou dos gigantes do hemisfério sul, e vale lembrar que o Rugby é um dos únicos esportes coletivos que as potênciasd mundiais se encontram no sul do mundo, se não for o único. Mas as federações e os clubes vestão cada vez mais ágeis pra transformar e revolucionar no Brasil. Parece papinho de entusiasta, eu sou um, mas pra quem acompanha todos os dias, nem que seja quase que só pela internet como eu, é notório o crescimento do esporte.

A receita de patrocínios da CBRu, a CBF do Rugby, pra simplificar, quintuplicou nos últimos 2 anos. Mesmo assim se encerra em pouco menos de 7 milhões de reais, mas já é o suficiente para os clubes jogarem o Super10, a principal competição nacional de clubes, com viagens e estadias subsidiadas. As tabelas são curtas. No caso do Super10, por exemplo, são 5 rodadas em dois grupos de 5, quartas-de finais, semifinais e finais, todas em jogos únicos. Oito datas no total. No Gauchão de Rugby são 4 datas na fase inicial e mais duas nas finais, sempre só com jogos de ida. Um time como o Farrapos joga 14 partidas nos seus dopis prinicipais torneios de XV. Depois tem a Copa RS, uma análoga da Copa RS de futebol, onde os times de todas as divisões gaúchas jogam entre si, são só duas, e os times que jogam as copas nacionais, no caso gaúcho o Farrapos e o melhor colocado no Gauchão de 2012, muitas vezes jogam com uma equipe B.

Resumindo, com alguns amistosos espaçados, tudo se resume a no máximo 18 ou 20 datas por ano. No resto do tempo é treino e treino, como os jogadores conseguirem treinar, afinal, infelizmente, ninguém vive de Rugby e a popularização do Rugby no mundo, a partir da liberação da profissionalização em 1995, fez com que o esporte deixasse de ser um esporte elitista (uma das causas de sua não-expansão mundial tão avassaladora quanto o futebol, apesar das carcterísticas que o tornam um esporte atraente, disputado e emocionante). Depois dessa minha explanação, breve, e incrivelmente regada com uma prosaica lata de cerveja preta (Boehmia, é boa pra tomar meio morna, como se fosse café), vamos ao que interessa: O jogo no estádio.

No dia 2 de maio fomos eu, a Betine e o Lorenzo, assistir e torcer pelo Farrapos contra o Charrua no Campo da BM, na Aparício, do lado Presídio Central. O campo é curto, quer dizer, é um campo de proporções pequenas de futebol, não acho que tenha os 100 metros de um campo de Rugby, tanto que o in goal parecia ficar aquém do H, o que confundia quem assistia das arquibancadas, confortáveis no "setor camarote". Confortáveis quero dizer, com cobertura. Arquibancada de concreto, como todo bom estádio de futebol das antigas. Nos aglomeramos no que certamente é a tribuna das autoridades quando tem alguma atividade da Brigada Militar. A marcação do campo é péssima, as linhas de 22, meio campo e de 5 metros quase invisíveis, e a área do in goal, muito curta, propícia para que alguém se arrebente numa disputa mais descontrolada em pedaços de concreto e outros obstáculos que se encontram atrás de onde normalmente se joga futebol, portanto, onde não tem jogo. Dos Hs nem vou falar porque se as goleiras não tem 3 metros não vou esperar eu que os Hs tenham os quase 4 metros necessários pra se ter uma boa visão, pelo menos pra quem assiste das arquibancadas, se um penal ou conversão passou entre os postes ou não.

De cara, chegamos atrasados, o Charrua marcou 3 pontos em um penal. Logo após o Farrapos igualou a partida, que seguia muito brigada, mas com o Farrapos tomando a iniciativa dos ataques e jogando o Charrua para dentro de seus domínios, tanto pela imposição física, característica do time de Bento Gonçalves, quanto pela rápida troca de passes entre seus jogadores. A cada partida o Farrapos vem se alterando em jogadas cada vez mais rápidas na troca de passes, o que deve ser fruto de treinamento e ensaio, claro. O try não demorou a surguir, brigado, pelo flanco esquerdo do ataque do Farrapos. Sem a conversão o primeiro tempo fechou em 8-3 para os serranos.

Na segunda etapa, pressionado por sua torcida que compareceu em bom número, para um jogo de Rugby, cerca de 300 pessoas,o Charrua se jogou para a frente e foi truncado pela defesa farrapa, quase não conseguindo chegar nos 22 do time de Bento. Depois de muito tentar por baixo, o Charrua começou a abusar dos chutões e apostar no erro do adversário. O clube de Porto Alegre lutou duramente, mas numa escapada pela esquerda, de novo, um belo try do Farrapos, e com pouco tempo de jogo, depois da conversão, restou aos porto-alegrenses honrosamente apostar em mais um penal e diminuir a diferença pra honrosos 15-6.

No último sábado, 19, enquanto o Sabbath se preparava para voltar dos mortos, eu e o Lorenzo nos dirigmos para o mesmo estádio, da BM, para assistir oq ue parecia ser outro duro confronto do Gauchão: Farrapos vs San Diego. Acordei cedo, cedo pra mim, antes do meio-dia de sábado. Enquanto boa parte do resto do mundo se preocupava com Chelsea x Bayern, eu me preocupava com Leinster vs Ulster. Nem trive tempo de pensar em torcer para um dos dois, apesar de pender mais para a Irlanda católica. O Leinster deu um show já na primeira parte do jogo com Brian O'Driscoll e Sean O'Brien, um servindo o jogo e o outro atropelando a defesa do time norte-irlandês. Apesar de chegar a 14-24 na segunda etapa, o Ulster não siportou a pressão e levou 42-14 no lombo, deixando a festa para seus irmãos sulistas.

Para o estádio levei suco, água, bolachas, salgadinhos e, para voltar no tempo, uma sacola de bergamotas. Como é bom assistir a uma partida do esporte que se gosta comendo bergamotas. Chegamos cedo mas o horário da partida, incerto na página da federação gaúcha, a FGR, era 15h30. Assistimos um try e pensei, bom, dei sortte. Quando está o jogo? Perguntei para alguém próximo. 22-0 sem a conversão. O jogo, que para mim parecia encardido, não tinha chegado ao primeiro quarto e já estava em distantes 22 pontos de diferença. Aos poucos fui descobrindo o porquê. Não que o San Diego não lutasse, lutava, mas o Farrapos jogou uma partida quase perfeita. Não deu sossego nas formações, roubou bolas em rucks, destruiu scrums e se saiu muito bem nos laterais, algo que me preocupava, pois quando assisti os jogos não achava o Farrapos tão bom nos laterais. O primeiro tempo terminou em 34-0 Eu contei 6 tries e 2 conversões.

No segundo tempo não seria diferente. O Farrapos fazia trys tão rápidamente quanto eu e o Lorenzo devorávamos bergamotas. Em certo momento, uma penalidade no meio campo e o Scopel do Farrapos colocou no tee. Pensei, "bom, vai chutar daí"? Foi bonito de ver porque a bola vou certeira no H,  uns 40 metros de distância (se exagero, me desculpem, mas sou torcedor também). Coghetto, pra individualizar, se não vocês vão achar que não sei o nome dos jogadores, sei de alguns, mas ainda falta know-how pra decorar nomes como decoro no futebol, distribuiu bem no meio, e o jogo de mão do Farrapos contribuiu, com jogadas ensaiadas, inversões e velocidade, a estabelecer inacreditáveis 70-0 no San Diego. Eu, que considerava o Farrapos favorito, mas imaginei que a diferença ficaria no máximo nuns 10 pontos, calculei, de cabeça, 11 tries, 6 conversões e um penal, o dos 40 metros. Uma tarde histórica no Partenon.

Não posso engambelar por aqui e não admitir que o Farrapos é favorito para as finais. É. Pega o Novo Hamburgo, que foi atropelado pelo time de Bento por 55-0 na fase inicial, dia 02 de junho, na Montanha. Na outra semifinal, Charrua e San Diego farão um imperdível clássico porto-alegrense. Na mesma pegada o Farrapos pode surpreender no Super10 contra os poderoso clubes paulistas, tanto quanto a seleção de XV já incomoda no Sul-Americano. "Venceu" de 6-19 o Chile no domingo, os chilenos choramingando e arranjando desculpas porque pensavam atropelar o Brasil, e sofreram para vencer com apenas 1 try, sendo a diferença estabelecida nos penais. É, amigo, como diria o narrador mala na TV, não tem mais ninguém bobo no Rugby, não.

 Sem fotos, só Lorenzo brincando de Rugby.


3 comentários:

Anônimo disse...

Baita texto... Concordo contigo o ultimo jogo foi muito bomm do FARRAPOS...
Detalhee o jogo foi 70 x 0
10 Trys
7 Conversões
1 Drop Gol ( Muito Bonito por sinal)
1 Penal Eu como torcedor acho q foi de 45 Metros...

Parabens pelo texto Marcelo

Pedro Catarina

Marcelo Benvenutti disse...

Oi, Pedro.
Valeu pelo comentário. Eu tinha dúvida se o juiz marcou um drop ou não, daí que como tinha perdido a conta dos tries, achei que era um try a mais e uma conversão a menos.
Enfim, da próxima vez vou lá incomodar o pessoal da súmula.
Abraço!
Marcelo

Anônimo disse...

PARABENS PELO TEXTO.....