Faz um tempo que fico de escrever sobre um "documentário" da Sky Sports inglês de 2011, Don't Drop the Egg, sobre um fictício time amador de Rugby do sul de Londres, o Clapham Falcons, que joga na 5ª Divisão, e o dia a dia de três de seus jogadores, na verdade o roteirista, produtor, diretor, que faz o papel de Oliver Blazeby, Dan Jones, e seus dois amigos e companheiros de apartamento, Freddie Shepherd, interpretado pelo comparsas de Dan no empreendimento, Tom Magnus e Archie Curzon, interpretado pelo também comediante Orry Gibbens.
O metido a garanhão camisa 10 Archie que passa o tempo pentelhando a vida do full-back Freddie e de Oliver, camisa 6, às vezes 7, que passa quase o tempo todo com um scrumcap na cabeça. O filme, cerca de 40 minutos dividido em três partes no YouTube, e um extra em cima da Copa do Mundo do ano passado, mostra, entre muitas confusões, os três envolvidos nos treinos, no vestiário, com palavras de ordem ou festeando com mulheres e enchendo a cara, sempre vivendo e respirando Rugby, quase que 24 horas por dia.
No primeiro episódio Archie classifica as prioridades de um jogador de Rugby: Comer, dormir, se exercitar, garotas e Rugby, não necessariamente nesta ordem, mas com o Rugtby sempre em primeiro. Archie é o mais preocupado no visual, no cabelo, no físíco e, claro, em agarrar mulheres, enquanto Oliver, um doente sem noção, chega a interromper uma trepada de Archie para lhe mostrar um try incrível que ele acabou de assistir na TV, enquanto Freddie se contenta em apenas acompanhar os amigos na loucurada.
No segundo episódio, após promessas shakesperianas pelo sangue dos ancestrais o pós jogo atermina num tremendo trago num terceiro tempo totalmente insano, imagino que sejam assim mesmo, ou até pior. Depois me digam, vocês que jogam Rugby de verdade, se está perto da realidade. Obviamente os amigos brigam, como todos bons amigos, os egos entrando em conflito entre o "esperto" Archie, o sério Freddie e o maluco Oliver, os três patetas desta comédia rugbier.
Oliver não larga a bola e nem tira o capacete, nem quando os três fazem as pazes no terceiro episódio indo ao estádio torcer pelo tradicional e simpático Bath Rugby da Premiership inglesa. O que resta de tudo, entre esperanças, frustrações, desejos, é a amizade, que, no fim de tudo é o que move o ser humano a seguir na vida e, obviamente no Rugby, que não deixa de ser prioridade, junto com garotas e bebida, como NÃO disse Archie.
Abaixo os links:
Don'T Drop the Egg - 1ª parte
Don't Drop the Egg - 2ª parte
Don't Drop the Egg - 3ª parte
E, por fim, o especial da Copa do Mundo onde você pode saber tudo o que é preciso para ser um torcedor de Rugby, incluindo até mesmo torcer: Especial Copa do Mundo
15/03/2012
11/03/2012
Como Não Treinar Rugby (ou Rugby de Pracinha)
Desde que intensifiquei meu fanatismo pelo Rugby tenho descoberto de tudo, desde identificação e amizades até preconceito e ignorância. Óbvio que cresci jogando, pensando e falando somente de futebol. Teve um certo período da vida que joguei basquete, mas eu era tão ruim quanto era no futebol. Tosco. Enquanto as outras crianças e adolescentes queriam ser atacantes ou meia-armadores eu queria ser zagueiro ou volante. Nunca gostei, até por não ter categoria pra tanto, de jogar do meio pra frente. Meu negócio era colar em alguém, tentar roubar, ou derrubar, e passar adiante. No basquete eu era sempre expulso por cinco faltas. No basquete TUDO é falta. Pra mim, claro.
Como qualquer criança cresci no mundo americanizado da TV e nos filmes sempre apareciam os personagens assistindo ou até jogando futebol americano. Não me atraía. Nem imaginava que existia Rugby. Então fiquei por aí, andando de bicicleta durante anos, quando ser ciclista não era um patido político hipster, até que a noite começou a ficar mais forte que a bicicleta e me atirei nas cordas. Voltei a me exercitar alguns anos depois, até pra combater uma depressão que se avizinhava após a morte do meu pai, na musculação. Perdi 15 quilos, cheguei a pesar 68 kg, e com 28 anos eu era um cadáver ambulante. Em poucos anos recuperei peso e força. Cinco anos depois tinha 83 kg e, apesar de continuar na noite, era um sujeito fisicamente bem.
Mas então veio a paternidade e virei nisso daí (não tem foto aqui, claro). 95 kg em 1m80. E nesse meio tempo visitamos a Argentina, por acaso, durante a Copa do Mundo de Rugby da França de 2007. Desde então tenho cada vez mais me interessado pelo esporte. Tanto quanto futebol. Hoje em dia posso dizer que gosto de ambos quase da mesma maneira. Senti isso hoje quando eu e o Lorenzo fomos na pracinha e primeiro levamos a bola de futebol. Jogamos um pouco, mas o Lorenzo cansa logo, por preguiça mesmo, e voltamos para casa pegar dinheiro para comprar picolé, pra ele, e uma Heineken, pra mim. Na volta levamos a bola de Rugby.
A desculpa é que poderíamos brincar de Rugby. O Lorenzo, como qualquer criança brasileira, é atraído pelo futebol. Tá na escola, na TV, nas ruas, é uma cultura dominante. Preferiu brincar na areia. A verdade é que a criança aqui, como resmunga a minha mulher, Betine, queria a bola de Rugby. Quando peguei a de futebol na mão tive uma sensação estranha. Calma, não foi nenhuma visão divina nem nada do genêro. Foi só que peguei ela com a mão, joguei pra cima e chutei. No momento seguinte me dei conta que eu tava correndo pra pegar. É assim que NÃO treino Rugby. Jogo pra cima e pra frente, com o pé ou com a mão, e saio correndo pra tentar pegar. Primeiro tento pegar no ar, mas se meu chute for longo (mais de 10 metros prum sedentário como eu), espero ela picar e tentar pegar no ar do modo que der, de preferência só com uma das mãos. Já serve pra eu suar a long neck que acabei de tomar. Quando pensei que eu queria pegar a de futebol na mão me senti ao mesmo tempo feliz e um traidor. Um traidor porque eu amo futebol. Feliz porque eu descobri que também amo o Rugby. Confuso, não?
Pois o Lorenzo uma hora pediu pra eu pegar uma flor numa árvore. Deixei a bola com ele e vieram outras criança e pediram pra olhar. As crianças começaram a correr e tentar roubar uma das outras. O Lorenzo também correu atrás. Depois daquilo as outras viram o jogo e um menorzinho, menor que o Lorenzo, que tem quase seis anos, pediu pra jogar. Dei a bola e expliquei que o jogo era correr, o outro tentar roubar e largar num lugar pra fazer ponto. Em pouco tempo ele e o Lorenzo já estavam correndo. Apareceram mais duas gurias e já eram um cinco. Eu jogava a bola pra eles correrem atrás e tentar passar por mim pra fazer o ponto. Durou uns 10 minutos o jogo. O tempo suficiente pro Lorenzo cair no chão, esfolar o joelho na areia e voltar chorando.
Com a partida suspensa voltamos pra casa, o Lorenzo com a bola de Rugby na mão dizendo que na próxima ia furar a bola, ou jogar no colégio que tem do lado da pracinha. Obviamente ele estava brabo por ter se esfolado. Eu tentei argumentar que no futebol também se esfola. Que quando eu era criança vivia com os joelhos rasgados e as canelas cheias de tocos dos adversários. Mas ele não acreditou. Não vou insistir. O espírito rebelde dele eu já conheço. Vai dizer que não só pra me vencer. Espero que ele seja como eu: um tosco com alma. O Rugby é jogado por toscos com alma. Descobri tarde demais? Não sei. O tempo dirá, como sempre. Se o Lorenzo vai se interessar? Espero que sim. Mas não vou forçar. Se quisesse jogar minhas frustrações nele comprava uma bateria porque eu queria era ser baterista, outra forma de jogar Rugby. Só me restou a literatura, mas não me dou bem com os escritores. É tudo meio confuso? É. Como o Rugby. Simples, mas complicado.
Como qualquer criança cresci no mundo americanizado da TV e nos filmes sempre apareciam os personagens assistindo ou até jogando futebol americano. Não me atraía. Nem imaginava que existia Rugby. Então fiquei por aí, andando de bicicleta durante anos, quando ser ciclista não era um patido político hipster, até que a noite começou a ficar mais forte que a bicicleta e me atirei nas cordas. Voltei a me exercitar alguns anos depois, até pra combater uma depressão que se avizinhava após a morte do meu pai, na musculação. Perdi 15 quilos, cheguei a pesar 68 kg, e com 28 anos eu era um cadáver ambulante. Em poucos anos recuperei peso e força. Cinco anos depois tinha 83 kg e, apesar de continuar na noite, era um sujeito fisicamente bem.
Mas então veio a paternidade e virei nisso daí (não tem foto aqui, claro). 95 kg em 1m80. E nesse meio tempo visitamos a Argentina, por acaso, durante a Copa do Mundo de Rugby da França de 2007. Desde então tenho cada vez mais me interessado pelo esporte. Tanto quanto futebol. Hoje em dia posso dizer que gosto de ambos quase da mesma maneira. Senti isso hoje quando eu e o Lorenzo fomos na pracinha e primeiro levamos a bola de futebol. Jogamos um pouco, mas o Lorenzo cansa logo, por preguiça mesmo, e voltamos para casa pegar dinheiro para comprar picolé, pra ele, e uma Heineken, pra mim. Na volta levamos a bola de Rugby.
A desculpa é que poderíamos brincar de Rugby. O Lorenzo, como qualquer criança brasileira, é atraído pelo futebol. Tá na escola, na TV, nas ruas, é uma cultura dominante. Preferiu brincar na areia. A verdade é que a criança aqui, como resmunga a minha mulher, Betine, queria a bola de Rugby. Quando peguei a de futebol na mão tive uma sensação estranha. Calma, não foi nenhuma visão divina nem nada do genêro. Foi só que peguei ela com a mão, joguei pra cima e chutei. No momento seguinte me dei conta que eu tava correndo pra pegar. É assim que NÃO treino Rugby. Jogo pra cima e pra frente, com o pé ou com a mão, e saio correndo pra tentar pegar. Primeiro tento pegar no ar, mas se meu chute for longo (mais de 10 metros prum sedentário como eu), espero ela picar e tentar pegar no ar do modo que der, de preferência só com uma das mãos. Já serve pra eu suar a long neck que acabei de tomar. Quando pensei que eu queria pegar a de futebol na mão me senti ao mesmo tempo feliz e um traidor. Um traidor porque eu amo futebol. Feliz porque eu descobri que também amo o Rugby. Confuso, não?
Pois o Lorenzo uma hora pediu pra eu pegar uma flor numa árvore. Deixei a bola com ele e vieram outras criança e pediram pra olhar. As crianças começaram a correr e tentar roubar uma das outras. O Lorenzo também correu atrás. Depois daquilo as outras viram o jogo e um menorzinho, menor que o Lorenzo, que tem quase seis anos, pediu pra jogar. Dei a bola e expliquei que o jogo era correr, o outro tentar roubar e largar num lugar pra fazer ponto. Em pouco tempo ele e o Lorenzo já estavam correndo. Apareceram mais duas gurias e já eram um cinco. Eu jogava a bola pra eles correrem atrás e tentar passar por mim pra fazer o ponto. Durou uns 10 minutos o jogo. O tempo suficiente pro Lorenzo cair no chão, esfolar o joelho na areia e voltar chorando.
Com a partida suspensa voltamos pra casa, o Lorenzo com a bola de Rugby na mão dizendo que na próxima ia furar a bola, ou jogar no colégio que tem do lado da pracinha. Obviamente ele estava brabo por ter se esfolado. Eu tentei argumentar que no futebol também se esfola. Que quando eu era criança vivia com os joelhos rasgados e as canelas cheias de tocos dos adversários. Mas ele não acreditou. Não vou insistir. O espírito rebelde dele eu já conheço. Vai dizer que não só pra me vencer. Espero que ele seja como eu: um tosco com alma. O Rugby é jogado por toscos com alma. Descobri tarde demais? Não sei. O tempo dirá, como sempre. Se o Lorenzo vai se interessar? Espero que sim. Mas não vou forçar. Se quisesse jogar minhas frustrações nele comprava uma bateria porque eu queria era ser baterista, outra forma de jogar Rugby. Só me restou a literatura, mas não me dou bem com os escritores. É tudo meio confuso? É. Como o Rugby. Simples, mas complicado.
05/03/2012
Blog de torcedora do Farrapos
Como faz tempo que não publico nada por aqui aproveito pra deixar uma dica pra quem gosta de Rugby e quer saber TUDO sobre o Farrapos, clube bicampeão gaúcho e participante do Super10 nacional, o blog da Stéphany Bof, http://soufarrapos.blogspot.com/ onde ela conta também suas experiências e expectativas como torcedora de Rugby, inclusive acompanhando o dia-a-dia do clube.
Visita lá e comente!
Incentive este esporte que ainda vai ser muito FODÃO no Brasil.
Visita lá e comente!
Incentive este esporte que ainda vai ser muito FODÃO no Brasil.
30/11/2011
BENTO SEVENS
Bento Sevens no sábado, dia 3 de dezembro.
Tá difícil fugir de Porto Alegre nesse fim de semana, mas tentarei.
Quem tiver oprtunidade, apareça.
Vale título e vale vaga no Brasileiro de Sevens.
Baita evento.
Tá difícil fugir de Porto Alegre nesse fim de semana, mas tentarei.
Quem tiver oprtunidade, apareça.
Vale título e vale vaga no Brasileiro de Sevens.
Baita evento.
22/11/2011
Sábado de Rugby
Morando em Porto Alegre e tendo que catar informações pela Internet de onde ocorrem partidas de Rugby na cidade tinha guardado a data de 19 de novembro para acompanhar a etapa de Porto Alegre do Rugby Seven, a modalidade olímpica. Confesso que ainda é difícil arrancar notícias e mesmo trocar ideias de torcedor ou aficcionado, que seja, afinal NUNCA joguei Rugby, mas é como se tivesse jogado a vida toda, o que pra mim dá na mesma, a vida é sempre aquilo que começou 5 segundos atrás. Não que não exista passado, existe, mas quem faz o passado o futuro e o presente é o que vivenciamos. O Rugby é uma boa partida. Me sinto bem no ambiente, no campo, vendo o jogo, sabendo que ninguém vai desistir. Não gosto de desistir.
O Rugby entrou na minha vida assim como muitas outras coisas prezas. Como a literatura, o futebol, o rock e a cerveja. Tava tudo ali, no HD, só faltava ligarem o programa certo. O Rugby chegou por último. Então tentei acordar o mais cedo possível para um sábado. Uma da tarde foi o que consegui. As noites de sexta são muito doidas comigo e o Lorenzo. Esse ano a Copa do Mundo da nova Zelândia ajudou a aumentar a confusão de horários. A Betine tinha se comprometido com o lance dela de trabalhar nos findis pra adoção de cachorros de rua e eu, sabendo que as partidas começavam à uma da tarde me programei para tentar chegar às três da tarde. Não é fácil com criança. E sabia que ele não aguentaria mais de três horas assistindo Rugby. Mal aprendeu as regras do futebol e eu confundindo a mente de cinco anos dele com as do Rugby. Ele inventou o RugbyBol, um esporte onde pode chutar a bola ou pegar com a mão e depois que entrar na goleira gritar TRY!
Chegamos às 4 da tarde no campo da ESEF. Campo de futebol, claro, adaptado para o Rugby. Dois postes de 3 metros amarrados em cada goleira e era isso. É assim em quase todos os campos improvisados de Rugby. Campo duro, grama rala e ressecada pelo sol forte do verão. A prefeitura de poderia criar um espaço público somente para Rugby em Porto Alegre. Até onde sei, não existe. Mas quem sabe, com mais gente jogando, criem. Criaram espaço pros skatistas, não é? Pra tantos outros esportes. Porque não pro Rugby? Enfim, chegamos já nas semifinais, ou na decisão de 3º lugar um pouquinho antes. Depois que vi que era o Farrapos jogando contra o Charrua um dos jogos. 10x5 pro Farrapos. Mas não consegui acompanhar direito. Estava pra lá e pra cá entretendo o Lorenzo com corridas e brincadeiras de se esconder na sombra e com um aviãozinho que ele tinha na mão. Um senhor que ajeitava uma cadeira de praia embaixo de um guarda-sol na frente de uma faixa do San Diego mexeu com o Lorenzo.
- Qual é teu time?
Lorenzo fez que não ouviu. Eu respondi:
- Nós somos de Porto Alegre mas nosso time é o "farrapo" de Bento.
- Farrapos! Então vamos nos enfrentar na final. Quem vence? Vou apostar o meu contra o teu, falou ele claramente brincando com o Lorenzo.
Cerca de 100, 120 pessoas, entre jogadores, curiosos e namoradas se esparramavam por baixo de árvores e onde existisse sombra. Dá pra se saber num dia desses porque o Rugby na Europa é um esporte preferencialmente de inverno. É realmente PUNK ver os caras se debaterem num sol de mais de 30 graus no lombo. Salsichão era assado numa churrasqueira portátil, garotas passeavam com cachorros, crianças mais pequenas que o Lorenzo corriam ou gritavam e um isopor de cerveja silenciosamente gelava em um canto mais refrescante. Caminhando do lado do campo a bandeirinha gritava enquanto trabalhava na decisão do terceiro lugar, vencida pelo Charrua por 32-0 sobre o Fronteira Sul:
- Tô louca pra tomar uma cerveja depois disso tudo.
Eu também, eu também, pensei. Carregar 20 quilos de confusão pra lá e pra cá também cansa. Ainda mais quando os 20 quilos chamados Lorenzo querem salgadinhos, refri, chocolate e experimentar mijar em todas as árvores. Dando a volta no campo encontramos o time do Farrapos concentrado antes da final, em roda, na sombra contrária ao furdunço do churrasqueio. Não lembro o nome do pessoal, apesar de saber o nome pelo Facebook, e cumprimento à distância. Márcio Mello, manager do clube, se aproxima pra nos dar um aperto de mão. Trocamos algumas frases rapidamente pois já era hora da decisão.
Rugby Seven não é aquela loucurada do XV, sabem? São 7 minutos pra cada lado e 7 jogadores com 5 reservas pra cada time, mas é muito mais corrido. Claro que existe o embate físico forte, mas num campo com as mesmas dimensões do Union é complicado segurar um jogador quando desembesta pela ponta ou fura a linha adversária. Tirando a saída dos 22 ser do time que pontuou após os tries, as regras são basicamente as mesmas. Como o jogo é realmente muito rápido, quando 7 minutos decidem passar rapidamente, claro, muitas vezes os times optam por nem cobrar a conversão após os tries. Não era o caso naquela decisão.
O San Diego começou mais veloz e apertando a marcação e enfiou 2 tries e uma conversão na primeira metade do tempo. O Farrapos equilibrou a partida, recuperou o jogo no combate físico e conquistando espaço chegou aos mesmo 2 tries também errando uma conversão. E a primeira etapa acabou em 12-12. Era só um aviso para a segunda etapa. A torcida, quer dizer eu, Lorenzo e mais 2 garotas , mais 2 magrões que chegaram depois para pedir informações sobre o Farrapos e conversar com um dos jogadores, demos alguns passos atrás. O ambiente estava nervoso, muito mais pelo lado do San Diego que disputava ultrapassar o Charrua na pontuação geral dos Sevens, na 1ª etapa as posições dos dois clubes foi invertida, do que pelos Farrapos que tinham vencido a etapa anterior, e alguém pediu para todos saírem da lateral do campo. O treinador do time porto-alegrense gritava exaustivamente em portunhol para o time "lutar com coraçón, com espírito". Lorenzo perguntou que "língua louca era aquela? Italiano?" Pra ele tudo que não é português ou o inglês da TV é italiano.
Try e conversão do San Diego. Comemoração efusiva. O jogo se equilibra de novo e o Farrapos, muito mais no seu jogo, vai forçando aos poucos a aguerrida defesa adversária e com muita luta chega a mais um try e uma conversão. Empate. 19-19. O Farrapos empurra o San Diego e chega a mais um try pela esquerda. Finalmente é a virada. Errada a conversão, 24-19. Faltam 2 minutos. Mas que minutos intermináveis, tchê! O treinador do San Diego quase pula dentro do campo berrando, os ânimos se exaltam, murmúrios de contestação à arbitragem, subsituições nos últimos instantes. O San Diego joga tudo. No Rugby é assim. Nada está definido até o último instante. E não estava. Num tour de force contagiante da equipe da Capital é alcançado o in goal bento-gonçalvense e estabelecido o empate. Festa. Tudo por uma conversão. O jogador do San Diego, talvez também nervoso pelo lance decisivo, erra. 24-24. Prorrogação.
Sem substituições, avisa o árbitro. Cinco minutos pra cada lado ou até alguém pontuar. Morte súbita. Joelhos sangrando, cabelos empapados pelo suor, camisetas rasgaras pelo combate e uniformes pintados da mesma cor apesar do tempo seco. É Rugby em estado bruto, penso eu. Acredito que é. Lorenzo já se impacienta, tem sede, mas agora não saio dali, a sede que espere. E o primeiro tempo da prorrogação fica mais emocionante depois de uma disputa mais ríspida pela bola no meio-campo terminar com um jogador do Farrapos estendido no chão. Sem substituições! O jogador é carregado para fora. Mal consegue ficar em pé. Sem condições mesmo para um rugbier. O Farrapos continua. Seis contra sete. E logo tem uma infração a favor. O vento golpeia no entardecer porto-alegrense justamente na hora do chute, que sai desviado pra direita do H. Mas o jogador do San Diego erra no tempo da bola e comete um knock-on. Até um neófito como eu nota de longe o erro. Posse de bola do Farrapos. Mesmo com um a menos e na pressão de ter errado um penalti, o Farrapos consegue fazer uma boa troca de passes e furar a linha porto-alegrense. Try! Morte súbita. Farrapos 29-24 San Diego. Emocionante mesmo.
Cumprimentamos o Farrapos, o time para o qual torcemos, afinal, e fico feliz por ter assistido um bom jogo. Os jogadores do San Diego vêm abraçar e se desculpar por uma eventual força de vontade mais exacerbada com o jogador leisonado do Farrapos, que, diga-se, foi antes procurado pelo pessoal da ambulância que estava lá à disposição de qualquer eventualidade. Márcio telefona e posta no Facebook a notícia da vitória. Assim funciona a notícia no Rugby. Sem grandes meios de divulgação, pingando aqui e ali, e tentando crescer e ser mais conhecido e popular. Os dois rapazes ao lado comentam que estavam pensando em fazer alguma arte marcial, mas que Rugby é bem mais interessante. é mesmo. E o Farrapos é campeão!
Suado, cansado, com fome e uma vontade doida de chegar em casa, abrir um latão e esperar pela decisão do Super10 na TV, caminhamos até o carro. Lorenzo é cumprimentado educamente pelo amigo dele, o do guarda-sol, torcedor do adversário, pelo título. A cordialidade do Rugby se faz presente no aperto de mão. Passamos no supermercado e nos abastecemos de pizza, guaraná e cerveja. A noite de sábado, como sempre foi pra mim, será longa. Assim como longa será a vida do Rugby no Brasil. Acreditem. Será.
O Rugby entrou na minha vida assim como muitas outras coisas prezas. Como a literatura, o futebol, o rock e a cerveja. Tava tudo ali, no HD, só faltava ligarem o programa certo. O Rugby chegou por último. Então tentei acordar o mais cedo possível para um sábado. Uma da tarde foi o que consegui. As noites de sexta são muito doidas comigo e o Lorenzo. Esse ano a Copa do Mundo da nova Zelândia ajudou a aumentar a confusão de horários. A Betine tinha se comprometido com o lance dela de trabalhar nos findis pra adoção de cachorros de rua e eu, sabendo que as partidas começavam à uma da tarde me programei para tentar chegar às três da tarde. Não é fácil com criança. E sabia que ele não aguentaria mais de três horas assistindo Rugby. Mal aprendeu as regras do futebol e eu confundindo a mente de cinco anos dele com as do Rugby. Ele inventou o RugbyBol, um esporte onde pode chutar a bola ou pegar com a mão e depois que entrar na goleira gritar TRY!
Lorenzo e a "floresta"
Chegamos às 4 da tarde no campo da ESEF. Campo de futebol, claro, adaptado para o Rugby. Dois postes de 3 metros amarrados em cada goleira e era isso. É assim em quase todos os campos improvisados de Rugby. Campo duro, grama rala e ressecada pelo sol forte do verão. A prefeitura de poderia criar um espaço público somente para Rugby em Porto Alegre. Até onde sei, não existe. Mas quem sabe, com mais gente jogando, criem. Criaram espaço pros skatistas, não é? Pra tantos outros esportes. Porque não pro Rugby? Enfim, chegamos já nas semifinais, ou na decisão de 3º lugar um pouquinho antes. Depois que vi que era o Farrapos jogando contra o Charrua um dos jogos. 10x5 pro Farrapos. Mas não consegui acompanhar direito. Estava pra lá e pra cá entretendo o Lorenzo com corridas e brincadeiras de se esconder na sombra e com um aviãozinho que ele tinha na mão. Um senhor que ajeitava uma cadeira de praia embaixo de um guarda-sol na frente de uma faixa do San Diego mexeu com o Lorenzo.
- Qual é teu time?
Lorenzo fez que não ouviu. Eu respondi:
- Nós somos de Porto Alegre mas nosso time é o "farrapo" de Bento.
- Farrapos! Então vamos nos enfrentar na final. Quem vence? Vou apostar o meu contra o teu, falou ele claramente brincando com o Lorenzo.
Cerca de 100, 120 pessoas, entre jogadores, curiosos e namoradas se esparramavam por baixo de árvores e onde existisse sombra. Dá pra se saber num dia desses porque o Rugby na Europa é um esporte preferencialmente de inverno. É realmente PUNK ver os caras se debaterem num sol de mais de 30 graus no lombo. Salsichão era assado numa churrasqueira portátil, garotas passeavam com cachorros, crianças mais pequenas que o Lorenzo corriam ou gritavam e um isopor de cerveja silenciosamente gelava em um canto mais refrescante. Caminhando do lado do campo a bandeirinha gritava enquanto trabalhava na decisão do terceiro lugar, vencida pelo Charrua por 32-0 sobre o Fronteira Sul:
- Tô louca pra tomar uma cerveja depois disso tudo.
Eu também, eu também, pensei. Carregar 20 quilos de confusão pra lá e pra cá também cansa. Ainda mais quando os 20 quilos chamados Lorenzo querem salgadinhos, refri, chocolate e experimentar mijar em todas as árvores. Dando a volta no campo encontramos o time do Farrapos concentrado antes da final, em roda, na sombra contrária ao furdunço do churrasqueio. Não lembro o nome do pessoal, apesar de saber o nome pelo Facebook, e cumprimento à distância. Márcio Mello, manager do clube, se aproxima pra nos dar um aperto de mão. Trocamos algumas frases rapidamente pois já era hora da decisão.
Público lotando as "arquibancadas"
Rugby Seven não é aquela loucurada do XV, sabem? São 7 minutos pra cada lado e 7 jogadores com 5 reservas pra cada time, mas é muito mais corrido. Claro que existe o embate físico forte, mas num campo com as mesmas dimensões do Union é complicado segurar um jogador quando desembesta pela ponta ou fura a linha adversária. Tirando a saída dos 22 ser do time que pontuou após os tries, as regras são basicamente as mesmas. Como o jogo é realmente muito rápido, quando 7 minutos decidem passar rapidamente, claro, muitas vezes os times optam por nem cobrar a conversão após os tries. Não era o caso naquela decisão.
O San Diego começou mais veloz e apertando a marcação e enfiou 2 tries e uma conversão na primeira metade do tempo. O Farrapos equilibrou a partida, recuperou o jogo no combate físico e conquistando espaço chegou aos mesmo 2 tries também errando uma conversão. E a primeira etapa acabou em 12-12. Era só um aviso para a segunda etapa. A torcida, quer dizer eu, Lorenzo e mais 2 garotas , mais 2 magrões que chegaram depois para pedir informações sobre o Farrapos e conversar com um dos jogadores, demos alguns passos atrás. O ambiente estava nervoso, muito mais pelo lado do San Diego que disputava ultrapassar o Charrua na pontuação geral dos Sevens, na 1ª etapa as posições dos dois clubes foi invertida, do que pelos Farrapos que tinham vencido a etapa anterior, e alguém pediu para todos saírem da lateral do campo. O treinador do time porto-alegrense gritava exaustivamente em portunhol para o time "lutar com coraçón, com espírito". Lorenzo perguntou que "língua louca era aquela? Italiano?" Pra ele tudo que não é português ou o inglês da TV é italiano.
San Diego reunido antes do segundo tempo
Sem substituições, avisa o árbitro. Cinco minutos pra cada lado ou até alguém pontuar. Morte súbita. Joelhos sangrando, cabelos empapados pelo suor, camisetas rasgaras pelo combate e uniformes pintados da mesma cor apesar do tempo seco. É Rugby em estado bruto, penso eu. Acredito que é. Lorenzo já se impacienta, tem sede, mas agora não saio dali, a sede que espere. E o primeiro tempo da prorrogação fica mais emocionante depois de uma disputa mais ríspida pela bola no meio-campo terminar com um jogador do Farrapos estendido no chão. Sem substituições! O jogador é carregado para fora. Mal consegue ficar em pé. Sem condições mesmo para um rugbier. O Farrapos continua. Seis contra sete. E logo tem uma infração a favor. O vento golpeia no entardecer porto-alegrense justamente na hora do chute, que sai desviado pra direita do H. Mas o jogador do San Diego erra no tempo da bola e comete um knock-on. Até um neófito como eu nota de longe o erro. Posse de bola do Farrapos. Mesmo com um a menos e na pressão de ter errado um penalti, o Farrapos consegue fazer uma boa troca de passes e furar a linha porto-alegrense. Try! Morte súbita. Farrapos 29-24 San Diego. Emocionante mesmo.
Os campeões
Cumprimentamos o Farrapos, o time para o qual torcemos, afinal, e fico feliz por ter assistido um bom jogo. Os jogadores do San Diego vêm abraçar e se desculpar por uma eventual força de vontade mais exacerbada com o jogador leisonado do Farrapos, que, diga-se, foi antes procurado pelo pessoal da ambulância que estava lá à disposição de qualquer eventualidade. Márcio telefona e posta no Facebook a notícia da vitória. Assim funciona a notícia no Rugby. Sem grandes meios de divulgação, pingando aqui e ali, e tentando crescer e ser mais conhecido e popular. Os dois rapazes ao lado comentam que estavam pensando em fazer alguma arte marcial, mas que Rugby é bem mais interessante. é mesmo. E o Farrapos é campeão!
Suado, cansado, com fome e uma vontade doida de chegar em casa, abrir um latão e esperar pela decisão do Super10 na TV, caminhamos até o carro. Lorenzo é cumprimentado educamente pelo amigo dele, o do guarda-sol, torcedor do adversário, pelo título. A cordialidade do Rugby se faz presente no aperto de mão. Passamos no supermercado e nos abastecemos de pizza, guaraná e cerveja. A noite de sábado, como sempre foi pra mim, será longa. Assim como longa será a vida do Rugby no Brasil. Acreditem. Será.
17/11/2011
Heineken Cup - Voltas e Reviravoltas
Muito se comenta, principalmente pra mim, seguindo, ou tentando seguir o noticiário sobre Rugby, que é um esporte em que não existe jogo jogado, partida perdida ou algo que não possa acontecer, mesmo que de forma casual e, por isso, emocionante. Na primeira rodada da Heineken Cup, o maior torneio de clubes do mundo, reunindo 24 clubes de 6 países, os mesmos países que disputam o Six Nations, Inglaterra, França, Gales, Escócia, Irlanda e os sacos de pancadas italianos, o Rugby foi mais que nunca sensacional.
Pelo grupo 3 o Bath da Inglaterra vencia o Glasgow Warriors por 21-19 e com o cronômetro estourado um jogador dos Warriors chuta, após uma jogada de 12 fases, numa desesperada tentativa de um drop goal salvador que viraria a partida. Só que o chute sai fraco e a bola não chega nem perto do H. O 15 adversário erra o tempo da bola, ela quica e voa rodopiando até encontrar os braços do camisa 4 escocês, Gray, que faz um try quase inimaginável. Com o try e a conversão o Glasgow vence por 26-21 e garante os 4 pontos.
Só isso já seria o bastante em 12 jogos, mas tem mais. No mesmo grupo, Montpellier e os poderosos irlandeses do Leinster fizeram uma partida com muitas reviravoltas. O Leinster vencia por 6-3 quando errou um passe no ataque e o argentino Amorosino, 15, roubou com o pé e como um lateral de futebol carregou a bola até a meia esquerda adversária e passou para Quedraogo fazer um try. Com a conversão, 13-6 para os franceses. No segundo tempo a vantagem aumentaria para 16-6. Faltando menos de 15 minutos, que no Rugby é uma eternidade, o Leinster converteu um try e encostou num 16-13. Foi então que com menos de um minuto para o fim, bastando apenas segurar o avanço do Leinster para numa roubada tocar a bola pra fora e encerrar com vitória, que o Montpellier cometeu uma falta ridícula num ruck. O penalti foi cobrado depois dos 80 e o empate teve gosto de derrota para os donos da casa.
Pelo grupo 1 demonstrando a força dos clubes irlandeses no torneio vamos ficar só com a jogada final do Munster. E que jogada. Começa aos 78 minutos e arrasta por inacreditáveis QUARENTA fases, tackles que viram em rucks que viram em mais tackles, mais passes laterais, a bola parece flutuar pra lá pra cá na linha central, até o logo da Heineken já se cansou de aparecer na tela pintado no meio do campo, até que aos 84 minutos, depois de já ter ensaiado uma abertura, o Munster consegue abrir uma brecha para que O'Gara tenha um segundo de folga e faça um ainda mais inacreditável drop goal, virando o 21-20 favorável ao Northampton Saints inglês e os irlandeses desfilam gloriosos seus 4 pontos diante de seus mais de 25 mil fanáticos torcedores. É uma jogada pra se ver e rever. Munster 23-21. Fim.
Nos outros jogos o irlandês Ulster virou o jogo faltando 10 minutos para 16-11 contra o Clermont. E para contrariar a boa rodada dos clubes irlandeses, os Harlequins sofreram, mas ganharam no fim por 25-17 do estreante da Irlanda., o Connacht. O Edinburgh Rugby virou faltando pouco mais de 10 minutos na casa do London Irish, os irlandeses de Londres, e venceu por 20-19 depois de passarem boa parte do jogo perdendo por 19-10.
O Gloucester Rugby perdia por 14-10 para o Toulouse fora de casa na frente de quase 20 mil franceses e com um try e uma conversão viraram para 17-14 faltando 9 minutos. A alegria dos ingleses não durou muito pois 4 minutos após o Toulouse converteu mais um try e chegou aos definitivos 21-17 da partida. No jogo do Biarritz contra o Ospreys galês o camisa 10 Dan Biggar acertou SETE penaltis e mais uma conversão se tornando o artilheiro da rodada com 23 pontos nos 28-21 dos galesess contra o time basco da França. Owen Farrel faria 22 pelos Saracens nos acachapantes 42-17 em cima do Treviso, time patrocinado pela "polêmica e tolerante" Bennetton.
Por fim o Racing Métro 92 do "de férias" e lesionado Chabal, o Homem das Cavernas, perdeu por 20-26 em casa para os Blues galeses do Cardiff. O italiano Aironi, que só tá por ali pra aprender e apanhar, tomou uma vassourada em casa de 12-28 dos lendários Tigers ingleses de Leicester, e os também galeses Scarlets fizeram valer o jogo em casa e lascaram 31-23 nos Castres franceses.
A partir de sexta começa a segunda rodada, a ESPN promete dois jogos para o fim de semana. Leicester Tigers x Ulter ao vivo no sábado às 5 da tarde e Bath x Montpellier em VT domingo às 4 da tarde. "Roubei" as informações do Blog do Rugby e da página oficial da Heineken Cup. O YouTube taí pra gente achar o que interessa e o texto saiu da minha cabeça mesmo.
E, não esqueçam, sábado tem final do Super10 no SporTV, Bandeirantes x São José às 21h30, o Farrapos joga pelo 7ª lugar em Curitiba e eu tenho que descobrir que horas rola a etapa de Sevens da ESEF pra levar o Lorenzo assistir. Na verdade uma desculpa pra ver se um pessoal aí me paga as Heinekens que ganhei no Bolão da Copa do Mundo da Nova Zelândia. Rugby também é isso!
Pelo grupo 3 o Bath da Inglaterra vencia o Glasgow Warriors por 21-19 e com o cronômetro estourado um jogador dos Warriors chuta, após uma jogada de 12 fases, numa desesperada tentativa de um drop goal salvador que viraria a partida. Só que o chute sai fraco e a bola não chega nem perto do H. O 15 adversário erra o tempo da bola, ela quica e voa rodopiando até encontrar os braços do camisa 4 escocês, Gray, que faz um try quase inimaginável. Com o try e a conversão o Glasgow vence por 26-21 e garante os 4 pontos.
Só isso já seria o bastante em 12 jogos, mas tem mais. No mesmo grupo, Montpellier e os poderosos irlandeses do Leinster fizeram uma partida com muitas reviravoltas. O Leinster vencia por 6-3 quando errou um passe no ataque e o argentino Amorosino, 15, roubou com o pé e como um lateral de futebol carregou a bola até a meia esquerda adversária e passou para Quedraogo fazer um try. Com a conversão, 13-6 para os franceses. No segundo tempo a vantagem aumentaria para 16-6. Faltando menos de 15 minutos, que no Rugby é uma eternidade, o Leinster converteu um try e encostou num 16-13. Foi então que com menos de um minuto para o fim, bastando apenas segurar o avanço do Leinster para numa roubada tocar a bola pra fora e encerrar com vitória, que o Montpellier cometeu uma falta ridícula num ruck. O penalti foi cobrado depois dos 80 e o empate teve gosto de derrota para os donos da casa.
Pelo grupo 1 demonstrando a força dos clubes irlandeses no torneio vamos ficar só com a jogada final do Munster. E que jogada. Começa aos 78 minutos e arrasta por inacreditáveis QUARENTA fases, tackles que viram em rucks que viram em mais tackles, mais passes laterais, a bola parece flutuar pra lá pra cá na linha central, até o logo da Heineken já se cansou de aparecer na tela pintado no meio do campo, até que aos 84 minutos, depois de já ter ensaiado uma abertura, o Munster consegue abrir uma brecha para que O'Gara tenha um segundo de folga e faça um ainda mais inacreditável drop goal, virando o 21-20 favorável ao Northampton Saints inglês e os irlandeses desfilam gloriosos seus 4 pontos diante de seus mais de 25 mil fanáticos torcedores. É uma jogada pra se ver e rever. Munster 23-21. Fim.
Nos outros jogos o irlandês Ulster virou o jogo faltando 10 minutos para 16-11 contra o Clermont. E para contrariar a boa rodada dos clubes irlandeses, os Harlequins sofreram, mas ganharam no fim por 25-17 do estreante da Irlanda., o Connacht. O Edinburgh Rugby virou faltando pouco mais de 10 minutos na casa do London Irish, os irlandeses de Londres, e venceu por 20-19 depois de passarem boa parte do jogo perdendo por 19-10.
O Gloucester Rugby perdia por 14-10 para o Toulouse fora de casa na frente de quase 20 mil franceses e com um try e uma conversão viraram para 17-14 faltando 9 minutos. A alegria dos ingleses não durou muito pois 4 minutos após o Toulouse converteu mais um try e chegou aos definitivos 21-17 da partida. No jogo do Biarritz contra o Ospreys galês o camisa 10 Dan Biggar acertou SETE penaltis e mais uma conversão se tornando o artilheiro da rodada com 23 pontos nos 28-21 dos galesess contra o time basco da França. Owen Farrel faria 22 pelos Saracens nos acachapantes 42-17 em cima do Treviso, time patrocinado pela "polêmica e tolerante" Bennetton.
Por fim o Racing Métro 92 do "de férias" e lesionado Chabal, o Homem das Cavernas, perdeu por 20-26 em casa para os Blues galeses do Cardiff. O italiano Aironi, que só tá por ali pra aprender e apanhar, tomou uma vassourada em casa de 12-28 dos lendários Tigers ingleses de Leicester, e os também galeses Scarlets fizeram valer o jogo em casa e lascaram 31-23 nos Castres franceses.
A partir de sexta começa a segunda rodada, a ESPN promete dois jogos para o fim de semana. Leicester Tigers x Ulter ao vivo no sábado às 5 da tarde e Bath x Montpellier em VT domingo às 4 da tarde. "Roubei" as informações do Blog do Rugby e da página oficial da Heineken Cup. O YouTube taí pra gente achar o que interessa e o texto saiu da minha cabeça mesmo.
E, não esqueçam, sábado tem final do Super10 no SporTV, Bandeirantes x São José às 21h30, o Farrapos joga pelo 7ª lugar em Curitiba e eu tenho que descobrir que horas rola a etapa de Sevens da ESEF pra levar o Lorenzo assistir. Na verdade uma desculpa pra ver se um pessoal aí me paga as Heinekens que ganhei no Bolão da Copa do Mundo da Nova Zelândia. Rugby também é isso!
29/10/2011
Esses Loucos Ingleses!
Rugby é uma cidade de pouco mais de 60 mil habitantes no condado de Warwickshire no oeste da Inglaterra. Foi na conceituada Rugby School que a viúva Ellis matriculou seus dois filhos. Um deles, William, que gostava de críquete, certo dia no ano de 1823 participou de uma partida de futebol. O futebol existe praticamente desde que alguém inflou um estômago de boi e resolveu jogá-lo para outra pessoa. Na história da Inglaterra medieval jogava-se cidade contra cidade, quilômetros de jogadores tentando passar a bola pelos portões do adversário. O futebol chegou a ser proibido pela violência das partidas. Brigas e mortes por esfaqueamento eram normais então. Uma versão mais civilizada já era jogada no início do século XIX. Era permitido pegar a bola com as mãos, como no Rugby atual, mas só para chutar a bola para frente. Willliam, talvez enfadado pela partida, resolveu pegar a bola com as mãos, colocá-la sob os braços e sair correndo. Os outros jogadores tentaram impedir de todas as formas seu avanço até a meta adversária. Foi nesse dia que nasceu a lenda de William Webb Elis, e o nome que seria dada à esta então variação do futebol, o Rugby Football.
Em 1863 quando as diversas escolas e universidades da Inglaterra decidiram unificar as regras do futebol, Rugby e outras variáveis de futebol conviviam pacificamente. Foi em 1871 quando a Football Association decidiu banir o tackle e proibir o avanço do jogador com a bola nas mãos que representantes de 21 times se reuniram em Londres e decidiram pelo racha fundando a Rugby Football Union. O primeiro jogo internacional foi realizado ainda em 1871, a regra de então era 20 jogadores pra cada lado, para um público de 4 mil pessoas em Edimburgo, e vencido pela Escócia por 1 gol e 1 try contra 1 try da Inglaterra. Na época ainda não se utilizava a marcação por pontos. Por conta de uma rusga sobre a marcação de um try num jogo entre Inglaterra e Escócia em 1884, Gales, Irlanda e Escócia fundaram a IRFB, International Rugby Football Association, e a Inglaterra demorou mais uma década para aceitar a nova entidade.
Toda essa história é porque para falar sobre a seleção inglesa de Rugby e o esporte no país é preciso contar a história do próprio esporte. Se o futebol sempre existiu de diversas maneiras em outras épocas da humanidade, o Rugby é uma evolução do futebol, ao contrário do que muitos imaginam. O futebol se concentrou no que o seu próprio nome diz, jogo com os pés. No Rugby se joga mais com as mãos, mas também com os pés. Felipe Contepomi, abertura e capitão dos Pumas, se utliza muito dos pés para avançar em direção ao try ou desenroscar uma disputa de bola. Ainda não descobri se é permitido se utilizar do cabeceio, para trás, claro, para cortar um avanço adversário, mas seria bem fora do padrão das jogadas.
Como no Rugby todos os times jogam com as posições nas mesmas numerações, não existem variações de esquemas como no futebol. Os times se preparam muito mais em cada jogador cumprir sua função e ter uma estratégia que pode ser alterada com o jogo em andamento do que sobrepor as individualidades sobre o grupo. O capitão de cada equipe é que direciona a estratégia a ser utilizada. Tentar avançar para o try, provocando fases em cima de fases, se defender e trabalhar falhas na linha adversária para contratacar, etc.
A Inglaterra é a maior vencedora da mais antiga competição entre nações do Rugby: a Home Nations (hoje Six Nations). Originalmente um torneio entre os quatro países das ilhas britânicas, depois teve incorporada a França quando passou a se chamar Five nations, e a configuaração atual com a Itália como sexta participante. Os ingleses venceram 26 de um total de 111 torneios. Nos confrontos com outras seleções a Inglaterra perde somente para os três grandes do Sul: África do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Contra todos os outros adversários a Inglaterra é preponderante. Não é por nada ser a única seleção do hemisfério norte a vencer uma Copa do Mundo, numa sensacional final em 2003 contra a Austrália. Nos jogos contra a Escócia o vencedor leva a Calcutta Cup. Já contra a Irlanda disputa-se o Millennium Trophy. O confronto entre franceses e ingleses é chamado de Le Crunch. Se uma equipe britânica vencer as outras três dentro de um Six Nations conquista o Triple Crown. Se um país vence todos os adversários do Six conquista o Grand Slam. De tempos em tempos os países do Tri Nations desafiam todos do Six Nations e esta turnê também se denomina Grand Slam.
Os ingleses jogam preferencialmente com uniforme todo branco, por ser a cor do uniforme da Rugby School, e uma enorme rosa vermelha bordada sobre o peito é utlizada desde a primeira partida em 1871. O estádio oficial da Inglaterra é o Twinckenham Stadium, construído a partir de 1907, foi constantemente ampliado até chegar a capacidade atual de mais de 82 mil espectadores, sendo menor apenas que Wembley no país e o quarto maior da Europa. Foi neste estádio que os ingleses foram batidos por 12-6 pela Austrália na final da Copa de 1991.
Swing Low, Sweet Chariot é uma canção criada por escravos libertos que moravam no território da nação Choctaw nos Estados Unidos e viajou pelo país e pela Europa em turnês de músicos folclóricos. Nos anos 1960 voltou à tona por conta dos movimentos por direitos civis nos EUA. Foi gravada desde Etta James, Elvis Presley, Glen Miller até UB40, Beyoncé, entre outros. Você deve estar se perguntando que porra tudo isso tem a ver com Rugby. Mas tem. No fim do século XIX e início do XX a canção gospel americana se popularizou de tal forma que jogadores de Rugby ingleses nas confraternizações regadas à cerveja pós jogo, também largamente conhecido como terceiro tempo, extravasavam cantando e dançando esta música, tendo Swing Low, Sweet Chariot praticamente se transformado num hino informal da torcida inglesa de Rugby.
Pois bem. No último jogo da temporada de 1988 a Inglaterra perdia por 3-0 para a Irlanda. Nos dois anos anteriores jogando em sua casa a Inglaterra tinha feito apenas UM try e nas últimas 23 partidas do Five Nations tinha vencido apenas 8. Resumindo, a moral da equipe da torcida estava mais embaixo que o cocô do cavalo do bandido. Com dois titulares lesionados, sobrou para Chris Oti, de origem nigeriana e primeiro jogador negro depois de muitos anos, a tarefa de salvar a pátria. Então ele pegou a bola e correu, correu. Try. O primeiro de três. Era primeira vez desde 1924 que um hat-trick acontecia no estádio num jogo oficial. Ao final do terceiro try um coral de estudantes de um colégio beneditino puxou a música Swing Low, Sweet Chariot e foi acompanhado por todo estádio. Na sequência a Inglaterra marcou mais outros três tries, sendo o recorde de tries da Inglaterra num só tempo batido depois de 50 anos, e venceu o jogo por uma hora antes inimagináveis 35-3 sobre os irlandeses. O hino agora era lenda.
Desde então do mais obscuro pub inglês até as arquibancadas Twickers todo torcedor inglês canta Swing Low, Sweet Chariot para empurrar sua equipe ou a seleção nacional. Os exemplos são tantos que fico com alguns para quantificar a potência do hino não-oficial. Em 2003 logo após a conquista da Copa do Mundo antes de uma partida de futebol entre Arsenal e Birmingham as torcidas de ambas equipes cantaram o hino em homenagem a seleção de Rugby campeã mundial. Em 2010 contrapondo o haka a torcida inglesa calou o canto maori dentro de seu estádio. A partida não foi vencida, mas o que faz um torcedor de Rugby não é só vencer sempre. É continuar lutando para vencer. Nem que seja um try depois de anos. Nem que seja na última hora. Nem que seja tão somente por continuar tentando. Os ingleses entendem bem disso. Não desistem nunca. E cantam e comemoram a plenos pulmões gesticulando com seus pints de Guinness erguidos ao alto como se estivessem navegando pelos mares do Império Britânico de outrora e conquistando povos bárbaros
Campinho onde o William se destrambelhou
e inventou o Rugby
e inventou o Rugby
Em 1863 quando as diversas escolas e universidades da Inglaterra decidiram unificar as regras do futebol, Rugby e outras variáveis de futebol conviviam pacificamente. Foi em 1871 quando a Football Association decidiu banir o tackle e proibir o avanço do jogador com a bola nas mãos que representantes de 21 times se reuniram em Londres e decidiram pelo racha fundando a Rugby Football Union. O primeiro jogo internacional foi realizado ainda em 1871, a regra de então era 20 jogadores pra cada lado, para um público de 4 mil pessoas em Edimburgo, e vencido pela Escócia por 1 gol e 1 try contra 1 try da Inglaterra. Na época ainda não se utilizava a marcação por pontos. Por conta de uma rusga sobre a marcação de um try num jogo entre Inglaterra e Escócia em 1884, Gales, Irlanda e Escócia fundaram a IRFB, International Rugby Football Association, e a Inglaterra demorou mais uma década para aceitar a nova entidade.
English Team de 1871
Bigode não era regra, mas era maioria
Bigode não era regra, mas era maioria
Toda essa história é porque para falar sobre a seleção inglesa de Rugby e o esporte no país é preciso contar a história do próprio esporte. Se o futebol sempre existiu de diversas maneiras em outras épocas da humanidade, o Rugby é uma evolução do futebol, ao contrário do que muitos imaginam. O futebol se concentrou no que o seu próprio nome diz, jogo com os pés. No Rugby se joga mais com as mãos, mas também com os pés. Felipe Contepomi, abertura e capitão dos Pumas, se utliza muito dos pés para avançar em direção ao try ou desenroscar uma disputa de bola. Ainda não descobri se é permitido se utilizar do cabeceio, para trás, claro, para cortar um avanço adversário, mas seria bem fora do padrão das jogadas.
Como no Rugby todos os times jogam com as posições nas mesmas numerações, não existem variações de esquemas como no futebol. Os times se preparam muito mais em cada jogador cumprir sua função e ter uma estratégia que pode ser alterada com o jogo em andamento do que sobrepor as individualidades sobre o grupo. O capitão de cada equipe é que direciona a estratégia a ser utilizada. Tentar avançar para o try, provocando fases em cima de fases, se defender e trabalhar falhas na linha adversária para contratacar, etc.
A Inglaterra é a maior vencedora da mais antiga competição entre nações do Rugby: a Home Nations (hoje Six Nations). Originalmente um torneio entre os quatro países das ilhas britânicas, depois teve incorporada a França quando passou a se chamar Five nations, e a configuaração atual com a Itália como sexta participante. Os ingleses venceram 26 de um total de 111 torneios. Nos confrontos com outras seleções a Inglaterra perde somente para os três grandes do Sul: África do Sul, Nova Zelândia e Austrália. Contra todos os outros adversários a Inglaterra é preponderante. Não é por nada ser a única seleção do hemisfério norte a vencer uma Copa do Mundo, numa sensacional final em 2003 contra a Austrália. Nos jogos contra a Escócia o vencedor leva a Calcutta Cup. Já contra a Irlanda disputa-se o Millennium Trophy. O confronto entre franceses e ingleses é chamado de Le Crunch. Se uma equipe britânica vencer as outras três dentro de um Six Nations conquista o Triple Crown. Se um país vence todos os adversários do Six conquista o Grand Slam. De tempos em tempos os países do Tri Nations desafiam todos do Six Nations e esta turnê também se denomina Grand Slam.
Jonny Wilkinson faz um drop goal faltando 20 segundos
para o fim da prorrogação e os ingleses vencem
por 20-17 a final da Copa de 2003
Os ingleses jogam preferencialmente com uniforme todo branco, por ser a cor do uniforme da Rugby School, e uma enorme rosa vermelha bordada sobre o peito é utlizada desde a primeira partida em 1871. O estádio oficial da Inglaterra é o Twinckenham Stadium, construído a partir de 1907, foi constantemente ampliado até chegar a capacidade atual de mais de 82 mil espectadores, sendo menor apenas que Wembley no país e o quarto maior da Europa. Foi neste estádio que os ingleses foram batidos por 12-6 pela Austrália na final da Copa de 1991.
Swing Low, Sweet Chariot é uma canção criada por escravos libertos que moravam no território da nação Choctaw nos Estados Unidos e viajou pelo país e pela Europa em turnês de músicos folclóricos. Nos anos 1960 voltou à tona por conta dos movimentos por direitos civis nos EUA. Foi gravada desde Etta James, Elvis Presley, Glen Miller até UB40, Beyoncé, entre outros. Você deve estar se perguntando que porra tudo isso tem a ver com Rugby. Mas tem. No fim do século XIX e início do XX a canção gospel americana se popularizou de tal forma que jogadores de Rugby ingleses nas confraternizações regadas à cerveja pós jogo, também largamente conhecido como terceiro tempo, extravasavam cantando e dançando esta música, tendo Swing Low, Sweet Chariot praticamente se transformado num hino informal da torcida inglesa de Rugby.
Pois bem. No último jogo da temporada de 1988 a Inglaterra perdia por 3-0 para a Irlanda. Nos dois anos anteriores jogando em sua casa a Inglaterra tinha feito apenas UM try e nas últimas 23 partidas do Five Nations tinha vencido apenas 8. Resumindo, a moral da equipe da torcida estava mais embaixo que o cocô do cavalo do bandido. Com dois titulares lesionados, sobrou para Chris Oti, de origem nigeriana e primeiro jogador negro depois de muitos anos, a tarefa de salvar a pátria. Então ele pegou a bola e correu, correu. Try. O primeiro de três. Era primeira vez desde 1924 que um hat-trick acontecia no estádio num jogo oficial. Ao final do terceiro try um coral de estudantes de um colégio beneditino puxou a música Swing Low, Sweet Chariot e foi acompanhado por todo estádio. Na sequência a Inglaterra marcou mais outros três tries, sendo o recorde de tries da Inglaterra num só tempo batido depois de 50 anos, e venceu o jogo por uma hora antes inimagináveis 35-3 sobre os irlandeses. O hino agora era lenda.
Estádio silencia haka em 2010
Desde então do mais obscuro pub inglês até as arquibancadas Twickers todo torcedor inglês canta Swing Low, Sweet Chariot para empurrar sua equipe ou a seleção nacional. Os exemplos são tantos que fico com alguns para quantificar a potência do hino não-oficial. Em 2003 logo após a conquista da Copa do Mundo antes de uma partida de futebol entre Arsenal e Birmingham as torcidas de ambas equipes cantaram o hino em homenagem a seleção de Rugby campeã mundial. Em 2010 contrapondo o haka a torcida inglesa calou o canto maori dentro de seu estádio. A partida não foi vencida, mas o que faz um torcedor de Rugby não é só vencer sempre. É continuar lutando para vencer. Nem que seja um try depois de anos. Nem que seja na última hora. Nem que seja tão somente por continuar tentando. Os ingleses entendem bem disso. Não desistem nunca. E cantam e comemoram a plenos pulmões gesticulando com seus pints de Guinness erguidos ao alto como se estivessem navegando pelos mares do Império Britânico de outrora e conquistando povos bárbaros
Torcedores ingleses felizes em Lens após
a vitória de 28-10 contra os EUA na estreia
na Copa do Mundo de 2007
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